Guia da Cadeira de
SISTEMAS DISTRIBUÍDOS para AMBIENTES INDUSTRIAIS

Licenciatura em Engenharia Informática,
4o Ano, 2o Semestre

Prof. Luís E. T. Rodrigues

Secção de Sistemas Digitais e Computadores
Departamento de Engenharia Electrotécnica e de Computadores
Instituto Superior Técnico

Fevereiro de 1996



Nota prévia

O programa e organização da cadeira foi originalmente definido pelo Prof. Paulo Verissimo. Este tem sido sujeito a refinamentos e melhoramentos, quer por parte do próprio Prof. Paulo Verissimo, quer por parte do Eng. José Rufino, responsável pela cadeira no ano lectivo transacto. No fundamental, este guia segue as orientações definidas anteriormente.

Objectivos da Cadeira

Esta cadeira, que funciona no II semestre, 4o ano, da Licenciatura em Eng. Informática e de Computadores (LEIC), ramo de Informática Industrial pretende instruir os alunos sobre os sistemas industriais distribuídos. Pensa-se que as valências adquiridas podem ser equacionadas em: (i) aquisição dos conceitos fundamentais de: arquitectura e programação de sistemas embebidos; comunicação entre processos; tempo-real e fiabilidade; redes industriais e de instrumentação; (ii) pelo sentido prático da compreensão de como se faz e como funciona um sistema distribuído industrial, através de exemplos práticos sobre projecto de sistemas embebidos e de aplicações industriais em ambientes distribuídos; (iii) capacidade de abraçar a operação, a intervenção, ou o projecto/integração de sistemas de informática industrial.

Cadeiras que precedem esta em termos curriculares: Sistemas Operativos e Eng. de Software, introduzindo no, oes básicas sobre S.O.s e sobre metodologias de desenvolvimento de software. Controlo por Computador; Gestão e Controlo da Produção; Sensores, Actuadores e Conversosres; e Automação e Controlo Industrial: fornecem a temática de base sobre os problemas e técnicas específicas do controlo, produção e gestão industrial. Permitem aos alunos dar facilmente o salto qualitativo entre uma visão centralizada ou mesmo abstracta dessas técnicas, para a necessidade de interligação em rede e de processamento distribuído, que existe em instalações reais. Este ramo não tem Arquitectura dos Sistemas Computacionais. Algumas noções dessa cadeira, como projecto de aplicações concorrentes em sistemas embebidos, são julgadas de importância fundamental e, portanto, incluídas no programa. Resumidamente, serão focados os seguintes aspectos:

Programa

Pretende-se estabelecer o seguinte fio condutor da matéria da cadeira: definição do problema da comunicação em ambientes fabris, e discussão de soluções através das redes industriais e de instrumentação, e seus protocolos; enquadramento destas noções na óptica da computação distribuída, através de modelos de comunicação entre processos, isto é, a distribuição a partir do ``programa''; noções sobre o projecto de sistemas embebidos utilizando núcleos de tempo-real; utilização das noções sobre comunicação, comunicação entre processos e sistemas embebidos para projectar aplicações industriais distribuídas.

Teóricas

  1. PROJECTO DE SISTEMAS EMBEBIDOS (4 aulas).

    Arquitecturas para sistemas embebidos. Executivos multitarefa. Estudo pormenorizado do executivo DCX51.

  2. CONCEITOS SOBRE DISTRIBUIçãO, TEMPO-REAL E CONFIABILIDADE (3 aulas).

  3. REDES INDUSTRIAIS (8 aulas).

    Introdução às redes locais (RLS).

    Redes de comunicação em sistemas abertos: o modelo OSI.

    Interligação de redes.

    Os níveis do modelo OSI vistos por dentro: físico; nível de comunicação de dados; níveis de rede e transporte; níveis superiores.

    Desempenho de redes.

    Concretização de sistemas de comunicação.

  4. REDES DE INSTRUMENTAçãO (3 aulas).

    Redes de CLPs (controladores lógicos programaveis).

    Field-buses.

    Estudo pormenorizado do Bitbus.

  5. COMUNICAçãO ENTRE PROCESSOS (4 aulas).

    Modelos de comunicação entre processos em sistemas distribuídos.

    Normas de comunicação em automatização fabril: MAP/TOP, MMS.

    Redes no mundo UNIX: TCP/IP, sockets.

    Chamada a procedimento remoto (RPC).

  6. NOçõES DE PROJECTO DE APLICAçõES INDUSTRIAIS (2 aulas).

    Conceitos de informática e automatização industrial.

    Projecto de aplicações.

Trabalhos de Laboratório

O equipamento de laboratório consta de 4-5 bancadas com PCs 386 ou 486, e rede BITBUS com controladores de Entradas/Saídas.

CÉLULA DE FABRICO

Trata-se de um demonstrador da concepção, execução e sincronização de várias tarefas em multiprocessamento e tempo-real (E286, PCs)

BITBUS

Trata-se de uma aplicação de distribuição no controlo, realizada sobre a rede Bitbus. O cenário é a autenticação de acessos, através de um terminal ``shop-floor''.

Bibliografia

Livro aconselhado

J. PIMENTEL. Communication Networks for Manufacturing. Prentice-Hall, 1990.

Bibliografia relevante

JOSé ALVES MARQUES AND PAULO GUEDES. Fundamentos de Sistemas Operativos. Editorial Presença, 1990.

Notas sobre internetworking, TCP/IP e sockets. (Extraídas de W.R. STEVENS, UNIX Network Programming).

Notas sobre chamada a procedimento remoto (RPC). (Extraídas de W.R. STEVENS, UNIX Network Programming).

Bibliografia Adicional (facultativa)

G. COULOURIS AND J. DOLLIMORE. Distributed Systems, Concepts and Design. Int'l Computer Science Series, Addison-Wesley, 1988.

W.R. STEVENS. UNIX Network Programming. Software Series, Prentice-Hall, 1990.

INTEL 87. The iDCX51 User's Guide for Bitbus, Rel.2.0. April 1987.

INTEL 88. The BITBUS Interconnect Serial Control Bus. July 1988.

E286 Manual de Utilizador do núcleo E286 INESC.

Normas Gerais de funcionamento

Aulas

Destinam-se as aulas teóricas à exposição da matéria da cadeira. O material de apoio é constituído sempre que possível por livros de texto editados, e por alguns excertos de artigos, manuais e apontamentos.

Destinam-se as aulas de laboratório a promover o contacto dos alunos com a experimentação dos conceitos dados nas aulas teóricas. A frequência obrigatória destas aulas é regulada pelo impacto da execução ou não do trabalho na nota final, e pela avaliação da participação individual nos trabalhos.

Previsão do número de sessões:

Regras de Funcionamento

Laboratório:

Avaliação

Corpo docente

Responsável: Luís E. T. Rodrigues. e-mail: ler@inesc.pt

Assistente: Carlos Almeida. e-mail: cra@inesc.pt

Interacção entre docentes e discentes

O corpo docente encoraja a interacção com os alunos. Para além de contactarem directamente os docentes durante as aulas, os alunos são encorajados a utilizarem o correio electronico para esclarecerem dúvidas em qualquer momento ou para marcarem reuniões com o pessoal docente. Deste modo, será mais fácil compilar uma resenha das dúvidas mais relevantes e tornar as respostas disponíveis a todos os alunos.

Para além disso, informação relevante acerca da cadeira estará disponível ``on-line'', em formato electrónico nos seguintes endereços:

http://pandora.inesc.pt/~ler/

Plano e sumários das aulas (previsão)

  1. Apresentação do Corpo Docente, da cadeira, da matéria, bibliografia e normas de funcionamento.

  2. Projecto de Sistemas Embebidos. Arquitecturas para sistemas embebidos.

  3. Projecto de Sistemas Embebidos. Executivos multi-tarefa de tempo-real.

  4. Projecto de Sistemas Embebidos. Executivos multi-tarefa de tempo-real (cont.). Estudo pormenorizado do sistema multi-tarefa DCX51.

  5. A problemática do processamento distribuído aberto, tolerância a faltas e tempo-real. Introdução.

  6. A problemática do processamento distribuído aberto, tolerância a faltas e tempo-real. Continuação da aula anterior.

  7. Redes Industriais. Introdução às redes locais (RLs) de computadores.

  8. Redes Industriais. O modelo OSI e "internetworking".

  9. Redes Industriais. Nível físico e Nível de comunicação de dados das várias redes locais normalizadas.

  10. Redes Industriais. Nível físico e Nível de comunicação de dados das várias redes locais normalizadas.

  11. Redes Industriais. Nível físico e Nível de comunicação de dados das várias redes locais normalizadas.

  12. Redes Industriais. Níveis de rede e transporte.

  13. Redes Industriais. Níveis superiores: sessão, apresentação, aplicação.

  14. Redes Industriais. Concretização de sistemas de comunicação.

  15. Redes Industriais. Desempenho de redes.

  16. Redes de Instrumentação. Redes proprietárias de CLPs, Field-buses.

  17. Redes de Instrumentação. Estudo pormenorizado do Bitbus.

  18. Comunicação entre processos. Modelos de comunicação. TCP/IP, Sockets em UNIX.

  19. Comunicação entre processos. RPC (Chamada a procedimento remoto).

  20. Comunicação entre processos. Normas industriais. MAP/TOP. MMS.

  21. Comunicação entre processos. MMS (cont.).

  22. Projecto de aplicações industriais. Conceitos de informática e automatização industrial. Projecto de aplicações.

  23. Projecto de aplicações industriais. Projecto de aplicações.

  24. Consolidação da matéria dada.



Luís Rodrigues